domingo, 24 de novembro de 2013

A crise na Igreja Católica e a Reforma Protestante

Nos séculos do Renascimento (XV e XVI) a Igreja Católica atravessava uma crise que abalaria o poder e prestígio que tinha mantido por séculos.

De 1378 a 1417 por razões políticas passaram a existir dois papas, um em Roma e outro em Avinhão (França). Este período ficaria para a História conhecido como "O Grande Cisma do Ocidente" e enfraqueceria a força da Igreja.

O avanço dos conhecimentos científicos, o humanismo, o espírito crítico e mudança de mentalidade contribuíram para o desenvolvimento de um movimento de contestação à Igreja, que foi alertada para problemas internos como:

  • a interveniência da Igreja e do Papa em assuntos políticos.
  • o comportamento corrupto e imoral de muitos dos membros do clero, que contestavam os princípios defendidos pelo Cristianismo.
  • a falta de vocação de uma relativa parte do alto clero.
Assim, alguns humanistas -  como Thomas Moore  e Erasmo de Roterdão - alertarão para a necessidade de reformar a Igreja .
Um dos maiores alvos de crítica era a venda de Indulgências, feita através da Bula das Indulgências, formulada pelo Papa Leão X no ano de 1517, de modo a conseguir o dinheiro que era necessário para completar a Catedral de São Pedro.  As Indulgências eram um documento assinado pelo Papa, no qual, em troca de um pagamento, era dado o perdão contra os pecados cometidos.
Martinho Lutero, sendo um monge católico alemão que criticava duramente este acto, escreveu as "95 Teses Contra as Indulgências" que afixou na porta da catedral da sua cidade de Vitembrega, em que defendia que cabia somente a Deus e não ao Papa perdoar os pecados.

Por este feito Lutero foi excomungado, mas num protesto contra o Papa queimou o documento em que este o excomungava. Foi graças ao apoio que recebeu dos príncipes alemães - que tinham interesse directo numa perda de poder do Papa - que Lutero foi mantido vivo e pôde, assim, criar o movimento que ficaria conhecido como a Reforma Protestante.

Esta seria a origem da divisão do cristianismo ocidental, que se deu na Renascença e continua até aos dias de hoje.

Após ter sido excomungado, Lutero cria a sua própria Igreja: a Igreja Luterana, que tem como princípios:
  • a salvação era obtida unicamente pela fé em Cristo e na Sua Palavra.
  • a fonte de fé é a Bíblia.
  • os únicos sacramentos são o Baptismo e a Eucaristia. 
  • recusa a autoridade do Papa.
  • não exige o celibato.
  • o príncipe ou o rei é o chefe da Igreja.

O Luteranismo surgido na Alemanha deu, dessa maneira, origem a um movimento de contestação à Igreja Católica que ganhou o nome de Protestantismo. Outras Igrejas também surgiram deste movimento como a Calvinista e a Anglicana.

A Igreja Calvinista foi fundado por João Calvino, um foragido de França, perseguido por ser protestante, que fugiu para a Suiça em 1536.
Na Suiça pregou o Calvinismo que defendia os mesmos princípios do Luteranismo, mas também era defendida a Predestinação - que defende que o destino dos homens já está definido à nascença.

A Igreja Anglicana foi fundado pelo rei de Inglaterra Henrique VIII, em 1534.
A implantação dos princípios protestantes na Inglaterra deu-se devido ao facto de o Papa se recusar a anular o casamento do rei inglês com a sua mulher, Catarina de Aragão. 
Henrique VIII declara assim em 1534 o Acto de Supremacia e através deste documento a Igreja de Inglaterra separa-se de Roma, passando o rei a ser o chefe da nova Igreja e casando com Ana Bolena.

No século XVI os países do Norte e Centro da Europa eram maioritariamente protestantes, enquanto os do Sul eram maioritariamente católicos.  





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