domingo, 9 de fevereiro de 2014

Dendera: Desmitificando as lâmpadas do Faraó

por Frank Doernenburg, original em ‘Mysteries of the Past

Os Faraós usaram lâmpadas eléctricas durante a construção de suas tumbas? Há, segundo alegam alguns, evidência para tal.

Em primeiro lugar há algo faltando: Fuligem.
Em nenhum dos aproximadamente 400 sistemas subterrâneos de túmulos podemos encontrar qualquer traço de fuligem, embora os túneis e câmaras tenham sido escavados com precisão na pedra e frequentemente tenham sido pintados de forma bem artística. As lamparinas disponíveis aos egípcios – velas, tochas, lamparinas a óleo – deixariam fuligem de forma inevitável. Então como os egípcios iluminaram tudo?

Uma explicação possível vem de um artefacto achado 100km a leste, onde hoje está o Iraque: Um pote com um estranho conteúdo. Um cilindro de cobre, selado com betume até a abertura, contendo um bastonete de ferro corroído bem no meio do cilindro. Desde o começo em 1936 o escavador estava certo: Este é um dispositivo galvânico, uma bateria. De fato, tentativas de reconstrução mostraram que é possível produzir electricidade com ele.

DENDTEMP fortianismo

O último pedaço de evidência entretanto é o desenho em relevo de um estranho objecto, que pode ser achado em uma caverna subterrânea abaixo do templo de Hathor em Dendera, Egipto. Algumas imagens mostram dispositivos como bulbos, dentro dos quais dois pequenos braços se estendem antes do extremo largo e redondo. Estes braços são apoiados por uma coluna que se parece muito com um isolante de alta voltagem moderno. No extremo fino, entretanto, há algo como um cabo dentro do bulbo de vidro. Dele pode ser vista saindo e quase alcançando os braços na outra extremidade uma cobra, flutuando no ar. Todo o arranjo tem uma semelhança incrível com uma lâmpada eléctrica.


Seria esta a prova? Os egípcios conheciam lâmpadas eléctricas? Caso afirmativo, de onde eles aprenderam o princípio? Será que eles inventaram por si mesmos ou alguém lhes ensinou?






O mistério da fuligem ausente

As afirmações de que os sistemas de tumbas estão praticamente sem fuligem são de fato intrigantes. Mas não da forma assumida por muitos autores: O mistério é por que nenhuma fuligem é encontrada se todas tochas/chamas e lamparinas a estão emitindo.

Praticamente todos túmulos e pirâmides já haviam sido abertos em tempos antigos e na época de Heródoto (por volta de 470 A.C.) eram populares pontos turísticos por assim dizer. Inscrições dessa época são testemunhas dessa popularidade.

Posteriormente, desde o tempo dos árabes em torno do ano 1000 até o interior das pirâmides tornaram-se áreas turísticas. Assim, o tempo em que pesquisadores e ladrões de túmulos estiveram dentro das tumbas nos últimos 300 anos deve ser maior que o tempo ocupado pelos construtores originais. Pelo menos nesse período podemos ter certeza de que ninguém usou lâmpadas eléctricas faraónicas, mas sim tochas, velas e lamparinas.


Então onde está a fuligem?

O que autores como Peter Krassa e Reinhard, que tornaram a tese de lâmpadas eléctricas faraónicas conhecida ao grande público esquecem é que nós também iluminamos nossas casas, igrejas, escritórios e oficinas com velas e lamparinas em pleno século XX. E eu não me lembro de ver o castelo de Windsor, Versailles ou outras construções de esplendor tendo que ser repintadas a cada dois anos. Depois de séculos de iluminação as marcas de fuligem tornam-se reconhecíveis. Mas não durante os poucos meses ou anos que foram necessários para construir uma tumba egípcia.

Se você quiser se convencer isto, pode fabricar uma lamparina a óleo do tipo que até um homem das cavernas poderia ter usado sem muito esforço. Você só precisará de uma tigela rasa, como um cinzeiro por exemplo, um pavil com 5 a 10cm de fibra de planta natural e algum óleo comestível. Os egípcios usavam óleo de palmeira ou de oliva, e o último será suficientemente realístico para nosso experimento. É importante que o pavil não contenha fibras artificiais!!!

Agora encha a tigela com óleo, embebeda o pavil com um pouco de óleo e ponha-o na beirada da tigela, de forma a deixar aproximadamente 5-7 milímetros para fora da tigela. Acenda o pavil e observe. Se o pavil não for muito comprido, você não conseguirá descobrir nenhuma fuligem! Pegue uma superfície clara como um prato e a segure a uns 50 cm da lamparina. Você não verá nenhuma fuligem mesmo depois de horas. Apenas se você segurar o prato na parte superior da chama será possível produzir depósitos de fuligem. O mistério em torno da fuligem ausente não existe. Não é uma evidência ou prova válida de uma forma técnica de iluminação usada no Egito Antigo.


A bateria de Bagdad

A única indicação de electricidade na Antiguidade até o momento é uma colecção de pequenos potes achados perto do que hoje é Bagdad. Os mais antigos foram achados em um assentamento Parthi, que era habitado na época do nascimento de Cristo. O local da descoberta – presume-se um vale que coincidentemente foi descoberto como sendo uma vila antiga em 1936 – sugere um assentamento ainda posterior. Os outros potes podem até ter sido jogados pelo século XIII. Disso tudo, qualquer uso de tais dispositivos no Egito Antigo parece muito improvável.

Desde o começo o escavador chefe Wilhelm Koenig era de opinião que esses potes haviam sido baterias usadas para galvanizar objectos. Alguns achados e manuscritos levaram à crença de que os Parthians conheciam um método de cobrir cobre ou prata com ouro usando cianeto de ouro – sem o uso de electricidade. Com a reconstrução da suposta bateria a taxa de galvanização podia ser quadruplicada.


Bateria = energia?

Há certamente diferenças entre uma técnica de galvanização acelerada e a iluminação de uma lâmpada eléctrica. No primeiro caso, pequenas amperagens e voltagens são suficientes para o trabalho, mas não no segundo. Mesmo uma pequena lampadinha precisa em torno de um Watt para fornecer uma ténue luz.
O desempenho de uma bateria é o produto da voltagem e amperagem (volt vezes ampere). A voltagem é dependente da distância dos assim chamados potenciais normais na tabela electroquímica, um princípio conhecido há aproximadamente 200 anos.

A amperagem entretanto depende da superfície dos eléctrodos usados. Uma bateria ideal possui dois eléctrodos com superfícies tão grandes quanto possível, com materiais separados tão longe quanto possível na escala electroquímica. Por exemplo, baterias de discos como a famosa pilha de Volta, que consistia de placas de cobre e zinco. Ou nossas baterias de zinco e carvão, nas quais o eléctrodos central é de carvão activado com uma superfície activa tão grande quanto um campo de futebol americano. As ‘baterias’ achadas em Bagdad entretanto são muito pobres em comparação. Algumas continham apenas metais iguais (bastonetes de cobre em cilindros de cobre) e assim não poderiam produzir nenhuma voltagem. E aquelas poucas que contêm o par de metais cobre/ferro que estão separados apenas 0,5 volts na escala electroquímica, têm bastonetes únicos de ferro com uma superfície mínima como contra-eléctrodos.


Baterias = luz?

Eu fiz uma reconstrução de uma bateria do tipo Bagdad. Ela produziu em torno de 0,4~0,5 volts com contactos abertos, e teve uma amperagem em curto circuito
de 50mA. O desempenho elétrico é portanto de 25 miliWatts sem dispositivos conectados (o que torna-se 1/10 com apenas uma lâmpada ligada).

Isso significa portanto que para a operação de apenas uma lâmpada de 1 watt seria necessária a quantidade ridícula de quarenta baterias! Já que cada bateria pesa aproximadamente 2 quilogramas, a lâmpada egípcia sem caixa e fiação pesaria em torno de 80Kg!

Ah, depois de aproximadamente 8 horas de fornecimento de energia o interior da bateria decompõe-se em uma lama verde e venenosa que precisa ser jogada fora. Para a iluminação de locais de construção com baterias isso significa:

Uma lâmpada de 1 Watt requer 40 baterias por dia útil.
Um trabalhador precisa de uma lâmpada
10 trabalhadores escavavam cada local
cada escavação levava dois anos (de cálculos muito bem estimados)
-> cada sistema precisa de 292.000 baterias!
Peso total: 584 toneladas!
Há 400 grandes locais subterrâneos no Egipto
-> 116 milhões de baterias seriam necessárias
–> Em um total de 233.600 toneladas!

Todas essas baterias teriam que estar em algum lugar como ferro velho ou lixo. O número de baterias achadas no Egipto, entretanto, é ZERO!

Há outro item menor sempre ‘esquecido’ pelos proponentes de baterias antigas: O ferro. Ferro era um metal raro e precioso no Egipto, porque não há minas de ferro por lá. As mais próximas minas de ferro estão na actual Turquia, que na época dos egípcios estava em firme possessão dos Hititas, que tinham um monopólio em produzir itens de ferro desde 1600 AC. Mas cada ‘bateria’ precisava de um bastonete central de ferro como eléctrodo principal. Assim é simplesmente impossível que um metal usado pela primeira vez em 1600 AC tenha desempenhado um papel central em iluminar pirâmides construídas mais de 1000 anos antes! Cada bateria continha ao redor de 150 gramas de ferro, assim para que todas 400 grandes tumbas em torno de 17.400 toneladas deste metal mais precioso que ouro eram necessárias!

Destes números podemos concluir facilmente que a operação de lâmpadas eléctricas com as assim chamadas baterias de Bagdad era simplesmente impossível. Mas nenhuma outra fonte antiga de energia é conhecida, assim qualquer lâmpada encara o problema da ausência de uma fonte de força.

No programa de televisão "Ancient Aliens" de Erich Von Daniken, ele tentou fazer uma conexão entre as baterias de Bagdad e as lâmpadas de sua forma típica. Ele tentou sugerir que uma lâmpada de descarga de gás poderia ser alimentada por tal bateria. Assim ele conecta um multímetro digital à bateria – um ruído alto sugere uma alta voltagem. Então nós podemos ler uma voltagem não definida de "0293" no medidor; depois ele apresenta uma ‘reconstrução’ de uma lâmpada de gás do tipo Dendera também conectada a um medidor, e dá a impressão de que ambas as voltagens são iguais!


Outras fontes de energia

"Se os egípcios já conheciam baterias, então geradores diferentes provavelmente também teriam sido conhecidos" é uma forma alegre, mas absurda ou errada de provar uma teoria.

Quando Volta experimentou com suas baterias (aliás, 10.000 vezes mais eficientes), ele vivia em um era de pesquisa e progresso. Cada detalhe, cada aperfeiçoamento era publicado e centenas de cientistas ao redor do globo estavam ocupados com o estudo da natureza e trocavam seus resultados em inumeráveis publicações. Mesmo assim demorou quase 200 anos até que a indução fosse descoberta, e dela no final o gerador foi desenvolvido. Isto requeriu uma inumerável quantidade de pequenos passos, e cada um deles pode ser reconstruído de diversas publicações.

Para a região Pártica, Babilônica ou Egípcia não há entretanto evidência conhecida de um estudo sistemático de física ou química, o que é um pré-requisito mandatário para o desenvolvimento de tal técnica. Mas sem esse conhecimento nenhum génio amador poderia "por coincidência" inventar algo como um gerador. Esta conclusão é portanto tão razoável quanto dizer "Eles tinham rodas, portanto conheciam o motor a combustão interna".

Enquanto nenhuma descoberta a respeito do desenvolvimento de tal tecnologia seja feita, nós devemos excluí-la. Até Krassa/Habeck declaram o pilar Djed, para nossa surpresa depois de defini-lo na primeira metade de seu livro como um "isolador eléctrico", como um gerador que produz electricidade com "ar quente e poeira"…


Inquestionavelmente lâmpadas?

DEND2 fortianismo Os relevos de Dendera mostram, como se pode ver na foto, um bulbo em forma de pêra com aproximadamente 2,5m, que parece ter um diâmetro máximo de 1 metro e algo em torno de 50 cm de diâmetro no extremo fino. Que tal objecto poderia funcionar como uma lâmpada fluorescente foi mostrado pelo engenheiro W. Garn, que projectou uma lâmpada que parece-se com esta representação. Os pequenos braços, estendendo-se adentro do bulbo de vidro, emitem um brilho ténue quando alta voltagem é aplicada. Assim este objecto é uma lâmpada, e representa uma lâmpada tão ‘obviamente’ que outra interpretação do objecto representado é simplesmente impossível. Porque, como alguém declarou: "Enquanto nenhuma outra interpretação convincente possa ser mostrada pela ciência académica não há razão para ver algo além de uma lâmpada no desenho".

Estranhamente, nas fotos acima você pode ver algumas lâmpadas actuais e antigas. Lâmpadas halogenas, lâmpadas spots, tubos fluorescentes – e nenhum deles tem qualquer semelhança com a construção de Dendera. Até a lâmpada de sódio de alta pressão à direita, embora um pouco similar à primeira vista, é completamente diferente em tamanho, estrutura e modo de operação de sua contra-parte Dendera. Particularmente eu sinto falta dos tão importantes braços adentrando as lâmpadas. Assim, se você conhece alguma lâmpada em uso actualmente ou no passado que seja igual à de Dendera, por favor, mande-me uma foto. Até então eu não vejo razão para interpretar as inscrições de Dendera como lâmpadas.

Discrepâncias técnicas

Dos desenhos podemos reconstruir o tamanho dos objetos representados. Com comprimento de 2,5 metros, um diâmetro máximo de um metro e mínimo de 50 centímetros nós podemos calcular o volume aproximado de um cone truncado de aproximadamente 2 m de comprimento e uma semi-esfera de um metro de diâmetro. O volume combinado é em torno de 1,12 m3, a superfície do objeto chega a aproximadamente 6,3 m2.

O volume representa, como veremos, um ponto substancial contra a interpretação técnica dos relevos de Dendera.

Todas construções de lâmpadas baseiam-se em poucos princípios técnicos.

Lâmpadas de estado sólido são baseadas em junções de semicondutores e têm, como por exemplo os LEDs, volumes mínimos.

Lâmpadas de descarga de gás como lâmpadas fluorescentes ou de néon/fósforo precisam de altos vácuos preenchidos com gases nobres (néon) ou vapores de metal (mercúrio). Lâmpadas de filamento normalmente contêm um alto vácuo, de forma a prevenir a queima do filamento, ou estão cheias de um caro gás nobre.
Lâmpadas halogenas são preenchidas de gases quimicamente reactivos
, que se opõem activamente à evaporação do material do filamento.

Lâmpadas de alta pressão contêm gases reactivos a alta pressão e têm a melhor eficiência luminosa.

Todas essas lâmpadas, com excepção do LED, contêm assim seja um gás em densidade desprezível ou gases diferentes, caros.

No primeiro caso uma pressão de 63 toneladas residiria no objecto de Dendera. Para suportar tal pressão imensa, o objecto teria de possuir uma espessa parede, com aproximadamente dois ou três centímetros. O peso deste bulbo seria então de aproximadamente 750 quilos. E este monstro seria ainda assim uma bomba esperando para explodir: uma pequena fissura no vidro causada por resfriamento desigual durante a fabricação, e a lâmpada Dendera implodiria com a força de uma bomba. O efeito de fragmentação deveria ser mortífero na periferia de vários metros!

Pessoalmente eu também não conheço nenhum bulbo de vácuo feito de vidro com formato e tamanho similares construído actualmente, e isto deve ter suas razões…

No segundo caso a lâmpada de Dendera teria que conter gás suficiente para preencher pelo menos 713.000 (!!!) lâmpadas halogenas com um desempenho combinado de 14 milhões de Watts!!! Qualquer um pode adivinhar o que brilha mais: uma lâmpada monstro Dendera ou 713.000 lâmpadas halogenas.

Em ambos casos a construção de Dendera é caracterizada primariamente por sua inutilidade. Um bulbo simples ou uma lâmpada halogena de 500W precisa de menos recursos, é mais simples e mais segura contra defeitos de fabricação que tal monstro.

Contra-argumento: A escala está errada

"Os egípcios desenharam pessoas e artigos importantes maiores que os menos importantes – portanto os bulbos de Dendera são exagerados em seu tamanho" é um contra-argumento a essas críticas.

Entretanto isto não é aplicável. É correto que os egípcios usaram várias escalas diferentes em um mesmo desenho. Porém a mudança não é arbitrária: ela se refere, se objectos genuínos são representados figurativamente, em todo caso a grupos. O Faraó que se senta ao lado de sua família no trono é desenhado em uma escala maior que a do grupo dos servos que entregam seus tributos. Mas dentro da família faraónica, exactamente como no grupo de pagadores de tributo, uma escala constante sempre é usada. Nenhum faraó se senta em um trono em miniatura, e nenhum fazendeiro monta um búfalo gigante através do campo. Se as figuras de Dendera representam objectos reais (e não são simbólicas), elas teriam que ter inevitavelmente exactamente a mesma escala das pessoas presentes.
As coisas são diferentes com representações não-figurativas. Frequentemente as figuras são misturadas com símbolos com certos significados, por exemplo nomes, de forma que as duas formas possam ser separadas apenas com algum esforço pelo leigo. Na paleta de Narmer, o Faraó está atrás do desenho de um enorme peixe-gato e um igualmente enorme formão. Mas o peixe-gato não representa um peixe aqui, e sim uma sílaba (Nar), exactamente como o formão faz (Mer). Ambas sílabas formam o nome do governante (Nar-Mer) e são mostradas com quase o mesmo tamanho que o Faraó que representam.

Para entender estas coisas um certo conhecimento sobre a estrutura e o simbolismo dos relevos egípcios ajudaria, embora trazer tal conhecimento "académico" seja frequentemente considerado desprezível. Provavelmente porque pode destruir especulações tão interessantes…


Contradições

DENDARM fortianismo DENDARM fortianismo Se você der uma boa olhada nos relevos de Dender, encontrará rapidamente uma engraçada contradição.
A "reconstrução" da lâmpada de Dendera pelo engenheiro W. Garn já foi mencionada. Este é o único tipo de lâmpada funcional parecido com os objectos de Dendera, mesmo que em uma escala menor (assim ele pode ignorar os problemas de pressão de uma "lâmpada" Dendera em escala real). O bulbo é uma lâmpada fluorescente a baixa pressão, e a luz é produzida por uma descarga de gás no eléctrodo. Garn vê um
eletrodo no objeto parecido com uma flor no extremo menor do bulbo, e o outro eléctrodo que emite luz é representado pelos pequenos braços estendendo-se do ‘pilar isolante’ ao interior do bulbo. Com altas voltagens e baixa pressão efeitos luminosos podem realmente ser vistos em torno dos dois braços. Mas e quanto à serpente? Deve ter sido um símbolo para "brilho" e uma representação do filamento de luz – mas a lâmpada de Garn não produz tal efeito.

DENDARM3 fortianismo E agora? Bem, é fácil. Se não há nenhuma serpente brilhante para ser vista, a serpente subitamente transforma-se em um símbolo para a corrente eléctrica, um símbolo para algo que não pode ser visto. Então quando os egiptologistas declaram que a serpente é um símbolo para o Sol nascente, isso é ridículo. Mas quando os pré-astronautas declaram que a mesma serpente é um símbolo para outra coisa, é permitido?

A lâmpada de Garn é muito fraca, e que algo está brilhando só pode ser visto em salas muito escuras. Não é uma grande lâmpada, mas mesmo assim a construção funciona.

MAS: Você pode encontrar em Dendera vários tipos diferentes de bulbos. Um com os braços adentrando o bulbo. Outro, onde o próprio bulbo apoia-se nos braços e não há contra-eléctrodo. E um terceiro, onde todo o objecto não está nem perto de um pilar Djed, que é um símbolo tão eminentemente importante para corrente eléctrica. Estas duas outras construções nunca poderiam ter sido uma lâmpada.



Mal observadas?

"Os egípcios viram as lâmpadas apenas por um curto período e não podiam se lembrar se os braços estavam dentro ou fora da lâmpada. Assim eles inscreveram três diferentes versões para que pelo menos uma mostrasse o que eles realmente viram." Má tentativa.

Já que os braços são a única coisa emitindo luz na "re"construção de Garn, qualquer um que visse tais objectos se lembraria de que os braços eram importantes coisas brilhantes na lâmpada. Mais: esta suposição tira a lâmpada dos inventores egípcios e cria apenas mais outra história mal contada de culto à carga.

A propósito: O contexto cultural relativo aos objectos de Dendera pode explicar todos os três tipos de objectos, e não apenas um. Outra coisa: em literatura arqueoufológica é fácil encontrar o termo "reconstrução". Mas, como eu descobri, elas raramente merecem tal nome. Estas "re"construções são geralmente apenas construções feitas de forma que os detalhes externos combinem com elementos mostrados ou descritos em fontes antigas. Esse é o caso de uma lâmpada parecendo com o objecto de Dendera. Possível – mas inútil. Há uma razão pela qual nós iluminamos nossos quartos com lâmpadas comuns e não com gigantes Dendera de 2,5m…


Bibliografia para melhores análises:
Mysteries of the past - Frank Doernenburg - em alemão
Ceticismo Aberto - em português
Wikipedia - em inglês

Nota: Esta é uma tradução da primeira parte das páginas de Frank Doernenburg a respeito dos relevos de Dendera, abordando os problemas técnicos de interpretar os desenhos como lâmpadas eléctricas. A segunda parte, que pode ser encontrada em alemão no website ‘Mysteries of the Past‘, trata de uma interpretação cultural em contexto do que os desenhos realmente simbolizam, incluindo uma tradução das inscrições que acompanham tais desenhos.


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