sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Eusébio merece ir para o Panteão Nacional?

No passado dia 5 de Janeiro faleceu aos 71 Eusébio da Silva Ferreira, um dos poucos que poderá ostentar este título num resumo da sua vida e carreira.

Nos seus 23 anos como jogador (1957-1980) passou inúmeros clubes (para além de portugueses também mexicanos, canadianos e estadunidenses) mas foi no SLB (Sport Lisboa e Benfica) onde ganhou mais reputação, tendo entrado para a Selecção Mundial.

Para além de ter ganho a prata no Mundial de 1966 de Inglaterra (que apenas perdeu por cansaço propositado no próprio dia da final) recebeu várias distinções desde da Grã Cruz da Ordem Do Infante a prémios que o reconhecem como melhor jogador da FIFA em 1965.

Foi, sem qualquer dúvida um símbolo que marcou praticamente (de forma directa ou indirecta) as gerações que o 'conheceram' nessas cinco décadas, em Portugal, particularmente, mas de forma geral toda a Lusofonia que 'acolheu' o futebol como o seu 'desporto rei'.

Anunciaram agora que querem colocar o corpo do defunto 'Pantera Negra' (como ficou conhecido no Mundial) no Panteão Nacional.

Este, também chamado de Igreja de Santa Engrácia, fica em Lisboa e constitui (com os mosteiros do Jerónimos e da Batalha) um dos locais onde repousam personalidades influentes da nossa História e Cultura nacional como:  D. Nuno Álvares Pereira, Infante D. Henrique, Pedro Álvares Cabral, Afonso de Albuquerque, Teófilo Braga, Sidónio Pais ou Óscar Carmona.


A estes juntar-se-ão Eusébio e Sofia de Melo Breyner. Mas estará este acto correcto?

A lei 28/2000 prevê que as «honras do Panteão destinam-se a homenagear e a perpetuar a memória dos cidadãos portugueses que se distinguiram por serviços prestados ao país, no exercício de altos cargos públicos, altos serviços militares, na expansão da cultura portuguesa, na criação literária, científica e artística ou na defesa dos valores da civilização, em prol da dignificação da pessoa humana e da causa da liberdade». 

Apesar de Eusébio ter sido um português que nos deu outra reputação no Mundo Desportivo, penso que não cumpriu nenhum dos requisitos indicados acima, pelo que não deverá ir para o Panteão Nacional.
 
As honras podem consistir na deposição dos restos mortais no Panteão e na «afixação no Panteão Nacional da lápide alusiva» à vida e obra dos cidadãos distinguidos. 

No entanto, a lei prevê ainda que as honras de Panteão Nacional não poderão ser concedidas «antes do decurso do prazo de um ano sobre a morte dos cidadãos distinguidos». 








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